É de
madeira aromática o barco, tem escotilhas de magnólia talhada,
Os
músicos com suas flautas de jóias e pífaros de ouro
Enchem
em filas os bordos, e o nosso vinho
Sobeja
para cálices mil.
Transportamos
cantoras, derivam à deriva da água,
E
todavia o Sennin quer ter por lastro
Uma
cegonha amarela, e todos nossos marinheiros
Apreciariam
brancas gaivotas para seguir ou montar.
Dependurada
do sol e da lua
Está
a canção em prosa de Kutsu.
Do
palácio de King So com seus terraços
Resta
só um monte desertificado.
Mas
eu nesta barca empunho a pena
E
faço tremer os cinco picos,
E
tenho nestas palavras alegria
como
a alegria de ilhas auzis
(Se
durasse para sempre a alegria
Correriam
decerto para norte as águas de Han.)
E
vagueei sem tino pelo jardim do imperador, à espera
De
ordem para escrever!
Contemplei
o lago dos dragões,
E
sua água da cor do chorão
Tão-só
um reflexo do matiz do céu
E
ouvi os rouxinóis cantando sem nexo um compasso de cinco.
O
vento de leste tinge de verde as ervas da ilha de Yei-shu,
A casa de anil e a púrpura enchem-se de suave primavera.
A casa de anil e a púrpura enchem-se de suave primavera.
A
sul do lago as agulhas do chorão estão meio e mais azuis,
E
vibram na néova seus veios, contra o palácio de brocado.
Trepadeiras
de imensas jardas tombam de varandins ornados,
E
sobre os chorões lá no alto as lindas aves cantam-se, e escutam,
Cantando,
ao primeiro vento, Quá, Quan, a sua sensação,
E o
vento embrulha-se numa nuvem azul e vai-se
Sobre
entradas mil, sobre portas mil, são os sons
Da
canora primavera.
E o
imperador permanece em Ko.
Cinco
nuvens dispersam, fulgindo ao céu da púrpura,
E
marcha da casa dourada a guarda imperial
Com
as suas brilhantes armaduras
O
imperador desce no carro dourado a
inspecionar as flores,
Parte
para Hori, para olhar as cegonhas que batem asas,
E
regressa pelo caminho da Rocha, para escutar rouxinóis jovens,
Porque
estão repletos deles os jardins de Jo-run,
E o
seu som combina-se com esta flauta,
A
sua voz nestes doze foles.
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