quinta-feira, 20 de abril de 2017

Homework for April 27

One of the following


- read William  Carlos  Williams's "imaginary translation" in p. 185 of the anthology and think of his purpose in producing such a genre as "imaginary translation" - especially considering his experience of translating popular ballads (romances) from Spanish (for instance, the song "Alamos del Prado" with two versions, a definite one in p. 179 and an earlier one in p. 183-184), as well as contemporary Spanish poets such as Octavio Paz (p. 180-182).

- choose a mos striking passage of Octavio Paz's essay on Translation (189-194) and produce a commentary.


2 comentários:

  1. Hino ao Amor que Termina

    Por que paixões extremas
    passaste tu, Safo, até à paz
    da canção imortal?

    Tal como após uma doença, depois de uma seca
    os ribeiros libertam-se e correm
    inundando os campos de frescura
    os pássaros bebendo em cada ramo
    criaturas em todas as cavidades
    gritando e cantando à profusão
    de cores de um mundo a despertar.

    Então,
    findo o amor, ecoa acima dele uma música.
    Afinal o que é o amor? Mas a música
    é Villon vencido e abandonado
    Shakespeare na caverna da sabedoria
    olhando duvidoso para o mundo
    Alighieri recomeçando tudo
    Goethe cativado por uma rosa
    Li Po o ébrio, cantores a quem
    o amor derrotou –

    A este elenco também os pássaros
    e as criaturas ligeiras pertencem e todos
    os que assim quiserem – quando o amor acabou
    dando lugar a uma encantadora melodia.

    Helder Ferreira

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  2. «The translator's starting point is not the language in movement that provides the poet's raw material but the fixed language of the poem. A language congealed, yet living. His procedure is the inverse of the poet's: he is not constructing an unalterable text from mobile characters; instead, he is dismantling the elements of the text, freeing the signs into circulation, then returning them to language». (p. 159)


    Esta “linguagem fixa do poema” não deixa, para mim, de ser a “letra” sobre a qual Antoine Berman escreveu. E não é algo que não se move ou que não permite que uma interpretação, seja qual for, trespasse (cf. https://www.priberam.pt/DLPO/trespassar, ponto 7.) o poema. O processo de desmantelar os elementos do texto é isso mesmo: a sua interpretação. E, como o próprio Octavio Paz escreve, é algo tão natural como tentar explicar por outras palavras o que se acabou de ouvir ou ler. O suposto contraste entre poetas que escrevem “à vontade” e tradutores que levam modestamente um original em formato “chapa 5” para outra língua é falso. Não só porque é impossível traduzir desta maneira, mas também porque o poeta, embora, sem dúvida alguma, tenha toda a sua liberdade, tem inevitavelmente responsabilidade sobre a sua técnica, linguagem, inspiração, materiais, assunto, obra, etc. São estes alguns dos elementos que merecem ser desmantelados pelo tradutor, que lhe permitem reconhecer distinções: distinções verbais que “should be valued, since they stand for mental—intellectual—distinctions” (J. L. Borges, 2002, This Craft of Verse, p. 43).

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