Anthology p. 35-42
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1. Que questões levanta o texto sobre uma das linhas condutoras deste Seminário: Estados Unidos e Tradução?
What questions are raised by the text in respect to one of the driving topics of this Seminar: US and Translation?
2. Em que medida é que aquilo que leram coincide ou interfere com o célebre postulado de Gideon Toury: "as traduções são factos da cultura de chegada"?
To what extend do the issues discussed in the text agree with or challenge the famous dictum by Gideon Toury: "translations are facts of the target culture"?
In this book, Katz unveils one aspect that relates to translation, but eventually overcomes the specificity of its scientific matrix. He analysis the foreignness of American English within itself, rendering a proposition based on the migratory and expatriate experience of American modernist writers, namely Henry James. Building from the multiple sensations of estrangement described throughout the works of James, Robert Frost, William Faulkner and T. S. Elliot, Katz sets a new “translational” practice among modernists, a cultural conversion that emphasizes American identity, when these men come up against their “exile” experiences in Europe.
ResponderEliminarLater on, Katz takes this assumption a step further, by emphasizing Theodor Adorno’s restless claim that emigration is a constant process of language expatriation and cultural translation. Katz raises the question whether American English is, in itself, a translation, since it’s historically separated from its own origin and homeland, and is a result of multiple adaptations.
So, when considering Toury, we can say that Katz’s formulation perfectly matches that of Toury. If there’s a need for cultural and linguistic adjustment in order for one to feel native, then this adjustment to the target culture is, essentially, a translation process and if we see History as a collection of facts, the cultural conversion can be summarized as a sum of experiences in the target culture. The result, however, according to Katz, is not a change in one’s linguistic and cultural grids, but an emergence of a stronger “home” identity. One’s cultural apparatus is more evident outside of his or her culture. One example of this is architecture. The “purest” Portuguese architecture is found elsewhere but in Portugal. It’s actually in India where the most substancial archetypical “Portuguese style” churches can be found.
Um dos tópicos do texto assenta na questão da tradução face a um idioma literário “americano”. Como James sugere, os indivíduos podem emigrar e, por isso, perder a sua ligação com a língua, tradições, origens, mas uma língua não o faz, mantendo então os seus contextos e associações que lhe dão significado. (p. 41)
ResponderEliminarA tradução é referida como o encontro de uma língua e, por conseguinte, da cultura que lhe é intrínseca, com a língua “própria” do tradutor. Graças à expatriação, fator comum nos autores referidos no texto, como Pound, Henry James, etc, estes afastam-se das origens da língua e cultura americana, mantendo ainda essa identidade mesmo ao escrever sobre uma “europa” que, ao fim ao cabo, é fruto de uma construção americana.
Por essa língua “nativa” se ter tornado posteriormente num elemento estranho, Katz levanta questões Beckettianas, tais como: até que ponto esta expatriação permite um reencontro distanciado e dialetal com a “terra-mãe”, que se tornou tão pouco familiar? E de que modo é que esta relação com a língua, mesmo sendo a “nativa”, se tornou numa relação de tradução?
Giles sugere que se deve alargar as fronteiras dos estudos americanos e voltar a interrogar de forma crítica o que é ou não americano, um pouco à luz do que se passou na época do modernismo com alguns dos autores referidos e a sua expatriação e consequente afastamento das origens da língua americana. O resultado: obras que, embora muitas delas retratem paradigmas com muito pouco conteúdo relativo à américa, têm na sua essência o espírito e a cultura americanos que fazem parte das origens desses mesmos autores. Embora os estudos americanos possuam fronteiras firmes quanto ao que pertence ou não a esta ideia daquilo que é americano, estas obras que são “estranhas”, “estrangeirizadas”, poderão ter lugar dentro desta área de estudo.
1. O texto “American Modernism's expatriate scene-The labour of translation” refire principalmente questões sobre a figura do “nativo americano”, do escritor/tradutor americano (propriamente da primeira metade do seculo XX), e as difuldades que vai encontrar entre a propria “lingua mãe” e aquela “estrangeira”. Em primeiro lugar eu acho deveriamos refletir sobre o conceito de ser americano. Isto fiz me pensar ao texto “Letters from an American farmer” que, em 1782, Jean de Crèvecoeur publicou, levantando a questão “What is an American?”. Tudo começa aqui: a identidade americana que está sempre em discussão, sobretudo neste periodo caracterizado pela Segunda Guerra Mondial, em que se desenvolve uma literatura de viagem ligada a busca duma identidade, dum ser americano. Em relação com a tradução, neste texto fala-se da figura do “cosmopolita” como alguém que viajou assim muito, que não se sente em casa em nenhum lugar. O tradutor/escritor cosmopolita parece um dos modelos dominantes da identidade americana. E os escritores como Pound ou James, os “expatriados”, prefirem destacar-se possivelmente da patria mantendo sempre uma ligação com a propria língua e cultura, criando assim uma terceira língua, aquela do tradutor. Mas como afirma James: “(...) does the relation to the native tongue cease to be that of nearly incestuous proximity and oneness, and become rather the space of violation and difference commanded by exogamy?”.
ResponderEliminarO que este texto refere a respeito dos Estados Unidos e Tradução é que estes são dois tópicos com tendência a estarem relativamente separados um do outro, pois a cultura materna de cada um de nós pode ser afastada da língua materna. Tal pode acontecer quando uma pessoa (escritor e/ou tradutor) é, por diversos motivos, obrigado a sair da sua terra natal e ir para outra onde a língua e a cultura são completamente diferentes.
ResponderEliminarQuando essa “mudança de ares” acontece, as visões e opiniões sobre diversos tópicos mudam. Antes, uma pessoa podia ter um ponto de vista cheio de clichés e de estereótipos sobre um país, o seu povo e a sua língua e/ou dialecto. Após a mudança estar feita, tudo muda; deixa-se de ser apenas um “eu e os outros”, torna-se somente um “todos nós”. A língua e cultura ditas estrangeiras tornam-se também parte de nós (o mesmo também pode acontecer com um dialecto ou variedade da nossa própria língua) e isso reflete-se naquilo que escrevemos ou traduzimos.
Como Katz diz, que a designação mais comum de tradução é que esta é um encontro com línguas estrangeiras. É um encontro onde nos deparamos com elementos culturais e linguísticos que nos são estranhos e que nos dão vontade de explicitar para a língua que o povo fala, eliminando a sua estranheza. Isso é quando um americano lê um escocês ou um irlandês, por exemplo. Mas quando se lê alguém que é tanto escocês/irlandês como americano, aí tem-se um caso em que se atinge aquilo que Henry James chama de “final perfection”.
Isto coincide, sim, com o postulado de Gideon Toury pois as traduções são sem dúvida factos da cultura de chegada – são factos e línguas que não pertencem a ninguém pois também não se sabe quantas culturas de chegada um tradutor tem e o que é que pode ser realmente chamado de estrangeiro.
When we move countries, Katz argues, we don't just distance ourselves from our homeland, we also come closer to it (restored absentee). Whether it be nostalgia or a dialectic need to be different from the foreign natives, we seem to have an urge to express our native culture more when we're abroad. And it also opens up a whole new perspective, one that is not clouded by "provincialism", as Pound calls it. This is why his objective when describing 'americanness' was twofold: showing America to foreigners, but also showing it to the native country itself, because he had a much clearer view of what 'America' really entails. It is in this light that the Lost Generation (i.e. Edith Wharton) understood their role as Americans in Europe.
ResponderEliminarWhat's interesting about Katz' work is that he seems to broaden the term 'translation'. It doesn't solely concern a literary practice, but also a cultural one. This applies to most modernists, who were first and foremost citizens of the world, not of a specific country. Litteral translation is but a part of this vast universal network of international relationships. And considering this network, we can ask ourselves the question: 'what defines the term 'American'?'. What are nations but lines men drew on a map? In this sense, modernists can be seen as people who try to move away from translation as a practice, try to make a universal society.
Undoubtedly, the text agrees with Gideon Toury famous dictum: "translations are facts of the target culture” as confirmed by various statements in the text written by Daniel Katz.
ResponderEliminarThis study takes its point of departure an essential premise: that the widespread phenomenon of expatriation in American modernism is less a flight from the homeland than a dialectical return to it, but one which renders uncanny all tropes of familiarity and immediacy which 'fatherlands' and 'mother tongues' are traditionally seen as providing. In this framework, similarly totalising notions of cultural authenticity are seen to govern both exoticist mystification and 'nativist' obsessions with the purity of the 'mother tongue.' At the same time, cosmopolitanism, translation, and multilingualism become often eroticised tropes of violation of this model. Beginning with the late work of Henry James, this book goes on to examine at length Ezra Pound and Gertrude Stein, to conclude with the uncanny regionalism of mid-century San Francisco Renaissance poet Jack Spicer. Through an emphasis on modernism as a space of generalized interference, the practice and trope of translation emerges as central to all of the writers concerned, while the book remains in constant dialogue with key recent works on transnationalism, transatlanticism, and modernism.One of the main concerns is to show how totalizing constructions of cultural authenticity govern both exoticist mystification and nativist obsessions with cultural and linguistic "purity "which leads to a distinct identity/origin.
As complex as the text may be, it still agrees to G. Toury famous dictum which simply means that the position, function and stylistic make-up of translation are determined first and foremost by considerations originating in the culture which host them.
Este artigo começa com algo que é inexperado para a mioria, que a disseminação da expatriação no modernismo americano é menos uma partida da terra natal do que um retorno línguistico a ela própria,sendo visto com indefinição ou algo difuso onde começa e acaba a “pátria”,e a “lingua mãe”.
ResponderEliminarNesta obra, noções totalitalitárias de autenticidade cultural são vistas como algo pertencente a mistificação e obsessões "nativistas" com a pureza da "língua materna", o modernismo, a sua tradução,são vistos pela grande maioria, como sendo algp marcado por fenómenos que vão muito além da matriz cultural americana, como o universalismo, tornando-se o modernismo algo atractivo, e ao mesmo tempo algo evitado.